Hadassa entrevista Alicia Andrews



Salve, salve meus amores internautas. Tudo na “paz”? Olha só não façam a “uó” viu? Muita alegria no corpo e aquela Força na Peruca para todos! Para iniciar os meus trabalhos aqui no blog do “totoso” DJ Ricky, trago para vocês uma super entrevista que fiz com a Top Caricata Alicia Andrews. Ela faz a linha Thalia Bombinha em tamanho reduzido. Não tão reduzido, mas isso não vem ao caso (ah louca). O que importa é que Alicia nos encantou e nos divertiu “horrores” durante 8 anos enquanto morou em Curitiba e hoje ela brilha nos palcos de Minas Gerais, onde nasceu. Então, pare tudo que está fazendo e leia a entrevista abaixo e dê boas gargalhadas. Se não for o suficiente, ao fim da pesquisa indiquei alguns vídeos desta Drag babadeira e que você não pode deixar de assistir.



Hadassa McCarey: Alicia, onde você nasceu e onde você mora hoje?
Alicia Andrews:
Nasci em Juiz de Fora - MG,
fiquei em Curitiba quase oito anos e hoje fiz a linha do Gugu e estou de volta à minha terra (risos).

Hadassa McCarey: É inevitável perguntar sobre infância, como foi a sua?
Alicia Andrews:
Foi uma infância tranqüila. Eu fui muito moleque. Aprontava todas, deixava minha mãe e a empregada de cabelos para cima. Sempre fui uma criança feliz e muito criança mesmo. Daquelas que se sujam toda para chupar manga em cima da árvore... Hum q delicia (risos).

Hadassa McCarey: Quando você “acordou” e percebeu que era gay qual foi a sua reação e a reação de sua família?
Alicia Andrews: Senti-me muito estranha. Achava que eu era anormal e sempre me perguntava por que eu não olhava para a saiazinha das meninas sem querer uma igual (risos). A família, como sempre digo, sabe, mas finge q nunca sabe.

Hadassa McCarey:
Falando nisso, como é a sua relação com sua família hoje?
Alicia Andrews: Com minha mãe eu me dou muito bem, apesar de ela ser pastora de uma igreja evangélica. Meu pai é militar e com ele eu até me daria melhor, não fosse minha madrasta. Mas também se ela fosse uma boa pessoa seria “Boadrasta” não é? (risos).

Hadassa McCarey: Discriminação também foi um problema em sua vida ou você desconhece esse mal, pois nunca passou por isso?
Alicia Andrews: Acho que discriminação só sofre quem não impõe respeito ou quem não se dá o devido respeito. Discriminação para mim é falta de amor próprio. Existe quando você que incute na cabeça o fato de outras pessoas não te tolerarem; porque se você está de bem consigo mesmo, você não vai andar olhando para o lado para ver se as pessoas te aceitam ou não.

Hadassa McCarey: Quem está por trás de Alicia Andrews e como é sua vida quando não está “montada”?
Alicia Andrews: Meu nome é Jhonnaddas Macart’ney (ou Jonas para ficar mais fácil), minha mãe era hyppie e adorava os Beatles, principalmente o Paul, por isso eu acho que nos anos 70 ( sou de 77) ela “viajava” demais e arrasou nas letrinhas do meu nome.

Hadassa McCarey: Quando e por que Alicia Andrews nasceu?
Alicia Andrews:
A primeira vez que entrei numa boate Gls, vi uma drag fazendo show e disse para mim mesma: é isso que eu quero fazer da vida. Daí no meu aniversário, essa drag em quem me inspirei (chamada Andrew, daí meu sobrenome) me maquiou e eu gostei da brincadeira. Nunca mais parei.

Hadassa McCarey: Você teve ajuda de alguém no início de sua carreira?
Alicia Andrews: Sim. De muitas pessoas e francamente tenho ajuda até hoje. A vida é assim. Um ajudando o outro. Tive muita ajuda da Andrew que hoje não se monta mais e de Curitiba recebi muita ajuda da Diandra Special e da Bárbara Bouth. Acho até que mais amizade do ajuda. Fiz delas ótimas amigas.

Hadassa McCarey:
Você sempre seguiu o estilo "caricata"? Já pensou em mudar?
Alicia Andrews:
Na verdade, comecei a fazer show com uma intenção séria acredite (risos) Me inspirava nas transformistas do Silvio Santos, porque não existia essa coisa de “bate-cabelo”, mas sempre que eu fazia show, pela inexperiência dava algo errado e eu mesma já tirava um sarro e fazia careta. Daí eu vi que fazer as pessoas rirem era mais gratificante para mim do q fazer a linha beleza americana (risos).

Hadassa McCarey:
Gosto sempre de perguntar a respeito da visão política e social de nossas entrevistadas; para você nosso país está muito bem obrigado ou você acha que tem que mudar alguma coisa? Se tiver que mudar informe o quê!
Alicia Andrews: Com certeza não está nada bem. Moramos num país que geograficamente é muito bom. Sem vulcões, tornados e essas catástrofes naturais que atingem tanto os países mais ricos. Mas os problemas sociais do Brasil são realmente muito grandes. O famoso jeitinho brasileiro sempre faz o provisório virar permanente e o “olho grande” de algumas pessoas que já têm tanto não as permite ser mais humanas e dividir com quem não tem nada. Não é culpa só dos governantes. A culpa é de todos nós que muitas vezes não fazemos nossa parte pelo simples fato ou desculpa do próximo não fazer a sua. A intolerância com questões humanas da minoria, seja ela negra, pobre, gay, mulher, idoso ou criança é absurda. Mas temos que manter a esperança, porque se ela morrer é porque tudo já está perdido. A esperança não é a ultima q morre? (risos).

Hadassa McCarey:
ONG para você é algo conhecido e/ou familiar ou você não faz parte de nenhuma? Se fizer qual e por que faz parte!
Alicia Andrews: Comecei a vida numa ONG, no MGM – Movimento Gay de Minas. Porque os diretores são pessoas sérias e competentes, que realmente lutam pelos direitos de quem eles representam. Hoje, como estou na cidade, sempre ajudo no que posso. Nessa ONG tem algo chamado Ponto de Cultura que tem grupos de teatro, dança e eu ministro um curso para drags iniciantes, para que, além de aprenderem o oficio, façam dele um trabalho de verdade. Estou adorando essa experiência totalmente nova.

Hadassa McCarey: Agora me fale sobre o espaço dos homossexuais no Brasil. É impossível não notar a participação de homossexuais, drags e até travestis na imprensa e vários setores onde isso parecia impossível até há pouco tempo atrás. A que deve toda esta mudança, em sua opinião? Você acha que agora está bom ou ainda está faltando espaço para nós na mídia, na política?
Alicia Andrews: Na verdade, eu penso que o espaço dado é o espaço conquistado, portanto se não há mais espaço é porque as pessoas não souberam aproveitar as boas oportunidades. E Acho bem legal o espaço que a mídia tem dado ao publico GLS sim. Espero que com trabalhos sérios possamos aumentar este espaço, numa grande conquista.

Hadassa McCarey: Drag também tem coração não é? (risos) Então me diga querida, como está sua vida amorosa? Está compromissada ou ainda aceitando propostas (ah louca)?
Alicia Andrews:
Namoro e moro junto com ele há cinco anos. Completamos-nos; ajudamos-nos e principalmente nos respeitamos. Tenho um relacionamento muito legal e estável. E Adoro o fato de poder acordar todos os dias com a frase: “Já disse q te amo hoje?”. Quem não gosta? E eu ainda saio na vantagem porque meu namorado é um dj muito legal, além de editar músicas para mim, pode ainda fazer uma balada exclusiva (risos).

Hadassa McCarey: Fale-me um pouco sobre seu “circo” de amizades. Tem muitos amigos de verdade?
Alicia Andrews: Bom, para ser meu amigo tem mesmo q fazer parte de um circo (risos). Brincadeira a parte, tenho amigos verdadeiros, mas são poucos. Para mim, amigo é a família que nós escolhemos. Amo muito, muito, muito meus amigos e não saberia o que fazer sem eles.

Hadassa McCarey:
Ser drag queen ajuda ou atrapalha na hora de namorar? Já sofreu com isso?
Alicia Andrews:
É uma questão complicada hoje em dia porque todo mundo relaciona uma drag queen a uma pessoa escandalosa. Tem gente que pensa que o dia inteiro eu faço "performance" (risos); que eu nunca desço do salto, essas coisas. A vida não é um palco o tempo todo. Tem gente que não separa isso. Por exemplo, os gays mais descolados não gostam de namorar com drag porque elas se montam; já os mais “masculinos” não namoram com drag porque elas se desmontam (risos). Daí realmente é meio difícil. Mas como eu sempre fui uma pessoa romântica, o par perfeito sempre vem no momento perfeito. Eu já tenho o meu (risos).

Hadassa McCarey: Fale-nos a sua opinião sobre o Projeto de Lei Complementar 122/2006. Acredita que nossos senadores aprovarão esta lei para intimidar os homofóbicos ou acha ser difícil esta aprovação? Você está ligada a algum movimento em prol desta aprovação?
Alicia Andrews: Sinceramente acho um absurdo ter que fazer qualquer lei à parte em prol de pessoas que, acima de tudo, também são cidadãos. Na hora de pagarmos nossos tributos e impostos “altérrimos”, ninguém pergunta minha opção sexual ou cor da pele, por exemplo. Porque então temos que ter uma lei que acaba por nos tornar uma “parte” à parte da sociedade. Mas se tem que ser assim não é?

Hadassa McCarey:
Nosso jogo rápido com as palavras:
  • Uma drag: Eu (muito franca – risos) e Dimmy Kieer;
  • Uma bebida: Coca-cola – já deveria ser encanada em casa (risos);
  • Um filme: Todos de comédia;
  • Um livro: Difícil eu ter tempo para ler, mas li O Pequeno Príncipe e amei (risos);
  • Um amor: o meu: Thiago;
  • Deus é: Essência que todos deveriam ter e muita gente está esquecendo de buscá-Lo. A humanidade precisa muito d´Ele; uma vez que estamos evoluindo para voltar à maldade e à burrice;
  • Sexo é: “óooooooooooooooooooooooooootimo” (risos). Quem não gosta?
  • Drogas significam: Fuga
  • Não vive sem: Fazer shows. Amo muito o que faço. Costumo dizer que se não fosse drag, me tornaria uma (risos);
  • Enche sua boca d’água: comida (risos);
  • Não suporta: mentira e traição de qualquer forma;
  • Irrita você: gente lerda ou sonsa demais;
  • Você não admite: ingratidão;
  • Amigos são: a família que a gente escolhe ter.
Hadassa McCarey: Nossa última entrevistada (Bárbara Bouth) levantou uma polêmica em nosso site quando declarou que “não há mais espaço no mercado para novatas, quem fez o nome já está aí... dificilmente surge algo novo”. Você também acha que as novas drags devem desistir ou ainda há esperança? Em sua opinião ser drag dá algum futuro financeiro?
Alicia Andrews: Concordo muito com ela. É difícil viver da arte hoje em dia e todas as drags que surgem hoje caem “no mesmo”. Só querem bater cabelo. Muitas vezes nem sabem o que diz a letra das músicas que dublam e, sinceramente, só o meio GLS que ainda admira o bate-cabelo. Um público mais maduro, hétero ou crítico não entende o porquê de tanto rodar de pescoço (risos). Hoje em dia é muito fácil ser drag. Você paga para alguém te produzir, fazer fotos, monta um fotolog ou orkut e divulga-se. Além do que muitas fazem a linha “baratinha” pra ter espaço, desvalorizando o trabalho das outras.

Hadassa McCarey:
Alicia eu me recordo nitidamente o dia que te conheci. Você dublando a música do “Rogério” e nos matando de rir. Sou sua fã incondicional e para mim é uma honra inenarrável tê-la aqui em nosso site. Que você tenha muito mais realizações e que jamais desanime, pois precisamos de você para nos fazer sorrir e copiar a maquiagem (ah louca).
Alicia Andrews: Me sinto muito lisonjeada pelo convite e amei responder suas perguntas. Muito mais do que o dinheiro, um artista precisa ter essa resposta de carinho do público; e muito sucesso pra nós todas.

Hadassa McCarey: Tem algo que eu não perguntei que gostaria de falar? Fique à vontade.
Alicia Andrews:
Gostaria só de agradecer a oportunidade. Fiquei super feliz com o convite e gostaria de agradecer a todos que torcem por mim e que gostam do meu trabalho.
Saiba mais sobre ALICIA ANDREWS:

Perfil do Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=12168577570716147987

Comunidade do Orkut : http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=12168577570716147987

Vídeos: http://www.youtube.com/user/aliciandrews

Hadassa McCarey

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